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Friday, November 13, 2009

“Dear diary, this is another day in my life. Once upon a time there was a pretty girl who lived in a box, and everybody loved her”


Conheci uma garota, ou melhor, uma mulherzinha, destas que usam maquiagem, salto agulha, piercing no umbigo e esmalte com glitter, mas uma mulherzinha com “bolas”, destas que usam anfetamina para emagrecer. Cloridrato de Anfepramona, vulgo inibex, uma dádiva na vida de pessoas que não gostam de dormir ou neurótico depressivas sem dinheiro para comer. Todas as alternativas estão corretas.
Suspiro, Love is Suicide.
Há um mês eu tinha amigos fofos e que gostam do Franz Ferdinand, agora estou no cú do mundo, uma cidade suja, com pessoas desinteressantes e que servem “vódega”, e uma cerveja barata, mas gelada. Aqui nos embriagamos fácil. Jogamos bilhar, falamos sobre futebol, nos reunimos nos finais de semana para se jogar da “garganta do diabo”, o lugar mais alto que já vi, no topo do mundo.
Sou uma mulher de extremos, não sei ficar no meio termo, só sei andar em linha reta se for em cima de um muro de três metros. Tentar explicar? Não adiantaria, ninguém entenderia, nem eu.
Constantemente tenho ataques de “quero ir pra casa”, mas não adiantaria, são inúteis, e o que dá pra fazer é encher a cara e voltar pra casa como um cão cambaleando, ouvir meu Radiohead, e abraçar meu gato, meu Christian, o amor da minha vida, meu companheiro inseparável. Em momentos de depressão intensa, quando penso em me jogar do quadragésimo andar e virar uma panqueca gosmenta no meio do asfalto, coloco Cohen no volume mais alto (posso estar fodida e sem dinheiro, mas rock é de graça. Então, para os fodidos, rock e miojo. Mas miojo light, porque não quero virar uma pêra. Já basta ser pobre, se também inventar de ser gorda vai ser foda.) e abraço meu Christian desesperadamente. Sinto os arranhões de carinho que ele faz pelo meu corpo, dormimos abraçadinhos como dois namorados apaixonados, e sinto que aquele velho bordão; “nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres” é a coisa mais valiosa que já ouvi.
J.G, 21 anos, largou a faculdade, gosta de rock, gatos, “vódega”, e está apaixonada pela mulherzinha mais linda do planeta, por enquanto é tudo o que vocês precisam saber.
Eu estava nesta festa, e esta festa estava cheia de gente estrategicamente descabelada e suando a “cheetos”. Argh! E eu estava lá no cantinho, com minha “vódega”, acho que já era o terceiro copo. Já tinha me esquecido o quanto o amor dói, amor vai sempre doer. Às vezes tenho ciúmes do Ian Curtis, ele sofria melhor do que eu.
Vocês já viram Spirit? O personagem da morte é uma mulher lindíssima, que aparece em câmera lenta, numa imagem embaçada. Sinceramente, com uma mulher daquelas eu chamaria o capeta pra tomar “sexo na areia”, ou jurubeba com coca, e ainda lhe daria beijinhos na boca.
Meus olhos já estavam meio tortos por conta da “vódega”, mas de repente vejo aquela dádiva surgindo em minha frente. Ela vestia um vestido preto tomara que caia, e claro, estava com seu salto agulha e seu esmalte glitter, além de lindamente descabelada e bebendo cerveja.
Ah, vá lá J.G, ela está bêbada, não vai ser tão difícil assim.
A mulherzinha mais linda do planeta parecia ter saído de um filme dos anos 50, uma diva, a garota mais charmosa que eu já vi. Linda, linda, linda!
Vamos lá, bole uma estratégia. Suspirava a Sarah. Já falei pra vocês sobre a Sarah? A Sarah é a vadia mais sarcástica que eu já vi, ela e a Maricléia moram dentro de mim. A Sarah sempre me incentiva a bolar estratégias nestes momentos em que o coração parece ganhar vida própria e você só consegue balbuciar grunhidos estranhos, “oi, e aí? “Tudo bem”? “Como você se chama?”Affff, diz a Sarah, você já foi bem melhor que isso, esta é a cantada mais barata que eu já ouvi, vamos lá, fala que você acabou de chegar de Los Angeles e assinou um contrato milionário com uma produtora de filmes.
Mas a Maricléia ganha vida própria; “Oi, tudo bem, como você se chama”?
D. , e você?
J.G.
Você mora aqui mesmo?
Sim, há 17 anos.
Nossa muito tempo!
Bem, eu tenho 17 anos.
Como?
É, 17 aninho, e a mulherzinha mais linda do mundo me olha com uma cara de vadia experiente, fazendo meu coração fodido bater ainda mais forte.
Deus existe! Foda-se a pedofilia, fodam-se os engravatados, foda-se a justiça, a censura aos menores que querem tomar a primeira breja aos 12 anos e são proibidos, ao Frank Sinatra e aquela voz que exalta Nova York,.... argh, puta que pariu, sempre quis conhecer Nova York, a cidade mais foda do mundo, e aquele maldito do Frank exaltando a Meca dos artistas, dos loucos, com aquela voz maravilhosa, me fazendo roer as unhas de tanta inveja, fodam-se todos os homens com quem a mulherzinha mais linda do mundo já trepou, morte a todos eles, que sejam fuzilados e enterrados em algum cemitério desconhecido, onde se enterram indigentes sem família.Seria melhor mesmo se eles nunca tivessem existido.
Ela era a mulherzinha mais linda do planeta. Nada me faria ficar longe dela naquela noite, ou melhor, nada mais me faria ficar longe dela.
Sentença final! Processo concluso. Amor fulminante, destes que te fazem sentir um friozinho na barriga, e querer levar a musa dos anos 50 para um lugar melhor que aquele boteco nojento com gente nojenta fedendo a cheetos.
Oi? E aí, você curte o que?
Bem, eu adoro cinema, de literatura também. Gosto de rock, de gatos, de pular da garganta do diabo duas vezes por semana, de colocar a mochila nas costas e sair por aí sem destino.
Poxa, legal!
Surge um cara estranho que estava à procura da mulherzinha mais linda do planeta. Ele era uma mistura do Tyler Durden e do Corleone. O grandalhão me olha com um ar estranho, misterioso, e me oferece uma bebida.
O que você gosta de beber, gatinha?
Bem, eu bebo “vódega”.
Hahahahhaha, vódega?
Sim.
Ô R., traz uma “vódega” pra gatinha aqui, não gosto de deixar mulher de copo vazio.
Santo protetor dos desgraçados alcoólatras, o Tyler/Corleone tinha salvado minha noite, fora que ele tinha um ar misterioso que me fascinou desde o primeiro momento que o vi, era calado, e quando me olhava parecia que ia perfurar meus olhos e descobrir todos os meus pensamentos.
E então, você curte o que? Repete a mulherzinha mais linda do planeta, como se eu já não tivesse respondido antes.
Bem, eu curto...
Sim, eu sei, você já me disse que curte cinema, literatura, agora eu to te perguntando se você curte outra coisa, ahhaha! Olha, nós vamos ali à casa do P. “cheirar” e beber umas brejas, e aí, topas?
Anos sem cheirar nada, e aquela deusa resolve me dá um ultimato. Ou vai, ou não me ver nunca mais, foi mais ou menos isso que eu consegui absorver dos olhos dela. Puta que pariu, pensei. O que é que eu faço? Vou p. casa embriagada, ou cheiro todas com esta deusa, com esta vadia gostosa? Selamos amor eterno com o beijo da morte, ou nos despedimos agora mesmo?
Neste momento, não sei por que diabos me lembro do Hamlet. Recordo-me de uma professora de faculdade que dizia odiá-lo simplesmente por que ele era indeciso demais.
1, 2,3. Respiro fundo, tomo mais um gole de “vódega”, e resolvo partir com os dois pra casa do P.
Ele paga a conta do bar, e seguimos reto até sua casa, os três em uma moto que andava a no mínimo 100 km/h.
Ah, eu amo este cara!
Chegando lá tinha um nóia com um vidro de perfume querendo trocá-lo por uma pedrinha de pó.
Bem, o que é isso aí em tua mão nóia?
É um perfume francês que eu roubei da minha mãe.
E quanto custa esta porcaria?
300,00
E como é que você pode me garantir que esta porcaria custa tudo isso?
O nóia era esperto, sentou logo em frente ao computador, digitou o nome do perfume, e estavam lá, 300,00 reais.
Bem, vou te salvar. 5 pedrinhas de 10,00 por esta merda. Mas entra aí, cheira o bagulho aqui com a gente.
Pausa;
Sentamos-nos no sofá da casa do P. e com estes óculos enormes me sinto uma cientista social. Puta que pariu, não consigo relaxar!Ele despeja logo umas 5 carreirinhas de pó no centro da sala. A mulherzinha mais linda do planeta cheira duas de uma só vez. Peloamordedeus, minha deusa diabólica, não me olha assim, com este olhar fulminante, nos chamando pra ter uma noite de sexo selvagem.
O P. nos olha com aquele olhar misterioso, cabelo jogado na testa, aquele jeans que parece ele já deve ter usado umas quarenta vezes, e uma camiseta do Renato Russo. Nunca conheci um cara como o P. antes. Ele era dono da boca de fumo mais conhecida da cidade e nunca foi preso. A droga dele era a mais pura da região, a vontade que eu tinha era a de cheirar tanto pó até ver meu nariz sangrar. É eu gosto de sangue também, além de mulherzinhas lindas e vadias, e traficantes feios e esquisitos. O P. era magérrimo, feio e esquisito. Mas eu estava fascinada por ele, ou eu estava chapada demais p. perceber que ele era um cara comum, como qualquer outro.
Naquela etapa da noite eu não conseguia raciocinar mais, hahhahaha. Agora minha cabeça só pensava em uma coisa; sexo. Sexo gratuito, sexo por sexo, the modern age, a vadia da cientista social tinha finalmente ido embora e cedera lugar a mais nova vadia da cidade.
O P. recebeu um telefone e teve que fazer uma entrega de 5 gramas na casa de um ricaço veado que que tem o “aspirador de pó” mais potente que eu conheço. Odeio caras casados que comem veados e que pra se redimirem enchem as esposas com jóias e presentes caros.
Eu gosto de caras como o P. Nesta merda de vida, cheirar, fumar, beber, é muito mais interessante do que ter uma vidinha normal. Acordar às 06h: 00 da manhã, pegar um coletivo lotado, ir para o trabalho, geralmente um trabalhinho de merda em troca de um salário mínimo, voltar pra casa, sentar no sofá, esperar a esposa preparar bife e batatas fritas pra o jantar, e olhar para os filhos como se estes fossem extraterrestres que acabaram de decolar de uma nave espacial vinda de Plutão. Odeio gente normal, destas que começam trabalhando como caixa de banco e aspiram à gerência. E que ficam sonhando com uma promoção que nunca chega, e que envelhecem e morrem satisfeitos achando que foram excelentes pais de família, “homens da sociedade”. Peloamordedeus, não há nada mais deprimente que isso.
O P/Tyler sempre disse: This is your life. It doesn´t get any better than this.
Sim, P/Tyler Durden, nós somos mesmo a merda do mundo.
Depois que o P. saiu pra fazer a entrega do ricaço veado filho da puta, cheiramos mais pó, muito pó, e nos enfiamos no banheiro, nós, as duas vadias mais mulherzinhas do planeta.
Boca linda. Ela me pegou pela cintura. Você sabe tudo sobre uma mulher quando ela te pega pela cintura. Naquela hora eu queria ter uma cama King Size para fazer tudo com aquela mulher. Mas aquele quartinho do P. estrategicamente planejado para que empregadas não fizessem sexo de tão pequeno.., azar, eu estava com ela, e era isso o que importava. E foi na sala mesmo. E começou a voar roupa, e puta que pariu whatta a woman, uh!!!!!!!!!! Beijos, e muitos beijos e mãos, suores, Whatta a woman, uhhhhhhhh! A pussy da mulherzinha mais linda do planeta estava molhada, penetrável, e quentinha; pensei naquele mesmo instante no que fazer; queria chupá-la até não poder mais, colocar minha língua, ali mesmo, naquele quartinho fétido, apertadinho, até ela gozar na minha boca, até ela sentir o melhor orgasmo da vida dela. Mas ela me puxou pelo cabelo e disse: Agora eu estou no comando, abra as pernas! E ela enfiou o dedo em minha pussy com toda a força que eu esperava que ela tivesse me chamou de vadia, e disse que eu era uma puta gostosa! Puta prova de amor; amor é sexo, pensei.
Agora éramos duas vadias que trocavam juras de amor e que em troca de muita grana nos prostituíamos pra comprar pó, nós, as duas vadias mais gostosas deste cú de cidade.

2 comments:

Lorrayne Toebe said...

Puta merda eu gostei da história toda, preciso encontrar uma vadiazinha assim por aqui, sem o pó,mas com o sexo totalmente wild.

Belo texto meu amor,como todos que escreve.

O Neto do Herculano said...

Essas duas vadias gostosas, sabem o que querem, se permitem o acaso, o imprevisto, e fazem deste cu de cidade um lugar mais toleravel.