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Tuesday, October 16, 2007

O holocausto de Adele

Leopoldine está no céu com diamantes. Desesperadamente, Adele busca fundi-lo para reencontrá-la.

Desesperada busca; vã e inconsistente.

Sua dor é indelével, impregna sua alma em efervescência, a faz ter pesadelos quiméricos, mergulhando no abismo de uma morbidez transcendental.

Os pedaços da sua vida se desnudam em clamor ao absurdo da loucura. Um amor implacável é coadunado a uma delirante sensação de bem estar que não se perfaz.

Ignóbil e desprezível é seu obscuro objeto de desejo, que a subjuga a um claustro interminável, que desemboca em um processo de catarse interna.

Viva a explosão de uma babel sinistra e contida, que co-existe com os resquícios de uma mulher que em outra época foi bela, mas que, contudo, destruiu sua beleza, se transformando em cadáver a perambular por ruas evasivas e miseráveis.

Miséria existencial. Vida cuja dissonância ecoa como um alarme em busca do eterno.