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Monday, November 30, 2009

Preciso, Preciso tanto



Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.





2. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida. Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.
3. Deus, põe teu olho amoroso sobre todos os que já tiveram um amor sem nojo nem medo, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem … Sobre todos aqueles que ainda continuam tentando, Deus, derrama teu Sol mais luminoso.”
4. " Alto de noite, certa loucura, algum álcool e muita solidão.Quero mais um uísque, outra carreira"
5. Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica, psicanálise, drogas, acumpultura, suicídio, ioga, dança, natação, cooper, astrologia, patins, marxismo, candombé, boate gay, ecologia, sobrou só esse nó no peito e agora faço o que?
5. Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto.
Ando meio fatigado de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis.
Meu coração tá ferido de amar errado.
Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos.
É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.
CAIO F. ABREU

2 comments:

Lorrayne Toebe said...

Caio F. sempre soube relatar o que nos acontece, em muitas etapas da vida.

Emanuela said...

ele conseguiu em pequenos tópicos descrever o que poucos conseguem explicar com tanta clareza. Muito bom.