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Wednesday, June 03, 2009

Preciso falar uma coisa bem baixinho: gosto de você, mas não muito. Não quero gostar muito de ninguém.

Bem, jamais voltarei a vê-la, o que talvez seja melhor. Ela saiu da minha vida na noite passada, de uma vez por todas. Sei, com certeza repulsiva, que é o fim. Saímos juntas apenas duas vezes. Mesmo assim, gostei muito dela, gostei até demais. Tive que arrancá-la do meu coração para evitar que me magoasse ainda mais. Ah, ela é sedutora, atraente, a gente se perde naqueles olhos. Sua capacidade de atração sexual é irresistivelmente intensa. Eu queria conhecê-la, pensamentos, idéias por trás da máscara de confiança, beleza deboche. “Eu mudei”, ela me disse, “ você teria gostado de mim há três anos”. Ficamos sentadas na varanda durante horas, conversando, olhando para o vazio. Aí a atração cresceu, concentrou-se. Sua proximidade era elétrica em si. “Não vê que eu quero beijá-la?”, disse. E beijou-me avidamente, de olhos fechados, a mão quente a me queimar a barriga. “Eu queria odiar você”, falei. “Por que veio”? Eu desejava sua companhia. W. e C. queriam beber, eu também não estava afim disso.
Passava das onze; fui até a porta com ela e saí na noite fria de julho. “Venha cá”, ela me disse, “ preciso falar uma coisa bem baixinho: gosto de você, mas não muito. Não quero gostar muito de ninguém”. Aí levei um choque e revidei: “Eu gosto muito das pessoas, ou as detesto. Tenho de ir até o fundo, mergulhar nas pessoas, conhecê-las de verdade”. Ela foi clara: “Ninguém me conhece”. Aí acabou, ponto final. “Até nunca mais, então”, falei. Ela olhou para mim com dureza, com um sorriso no canto de boca. “Você tem sorte garota. Nem sabe a sorte que tem”. Eu chorava baixinho, sentia o rosto contraído. “Chega”! As palavras saíram como golpes de faca, depois suaves. “Viva a vida pra valer”, falei. E ela foi embora andando pelo caminho com seu jeito despreocupado, elegante. E eu fiquei ali onde me deixara, trêmula de amor e desejo, soluçando no escuro. Naquela noite foi duro dormir.

1 comment:

Fim da linha. said...

são poucas as pessoas agora que realmente se concentram em todo mundo que conhecem...e essas pessoas fazem a diferença.