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Wednesday, May 27, 2009

As coisas negras não ditas ocupam o coração deste texto.


Amo as pessoas. Todas elas. Amo-as. Creio como um colecionador de selos ama sua coleção. Cada história. Cada incidente. Cada fragmento de conversa. Meu amor é impessoal. É inteiramente subjetivo. Gostaria de ser qualquer um. Moribundo. Aleijado. Puta. E depois retornar para escrever sobre meus pensamentos, minhas emoções enquanto fui àquela pessoa. Mas não sou onisciente. Tenho de viver a minha própria vida. Ela é a única que terei. O presente é para sempre. O eterno está sempre mudando, fluindo, se dissolvendo. Este segundo é vida, e quando passa, morre. Mas você não pode recomeçar a cada novo segundo. Tem de julgar a partir do que já está morto. Como areia movediça, invencível desde o início. Uma história, uma imagem, pode reviver algo da sensação, mas não o bastante, não o bastante. Nada é real, exceto o presente, e mesmo assim já sinto o peso dos séculos a me esmagar. Uma moça, há cem anos, viveu como vivo. E ela está morta. Sou o presente, mas sei que também passarei. O momento culminante, o relâmpago fulgurante, chega e some. E eu não quero morrer.

1 comment:

Fim da linha. said...

Jana sempre mt precisa...esse final, vc quer fazer a diferença? na vida das pessoas? =]


=**