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Friday, March 20, 2009

A separação também faz parte de uma história de amor!




Era como se a nossa história não houvesse sido escrita.
“Entre a palavra e o ato existe a sombra”.

Eu estava “andando sobre pregos”. Fiel apenas a minha dor, presa em seu quarto, presa às suas coisas. Por três dias fiquei ali, a mesma roupa, o mesmo “olhar ferido”. Eu estava atravessada por uma nuvem de lágrimas.

Um simples toque abalaria toda a minha frágil construção. Como se soerguer depois de ter sido machucada até a exaustão?

O coração pesa quando se está sofrendo.

Em segundos tudo estava desfeito. Nada do que tínhamos planejado se tornou real.
Na minha cabeça existia apenas a certeza de um encontro que ainda estava por vir. Eu negava toda e qualquer possibilidade de aceitação do real. O real doía em proporções inimagináveis.

Nos dedos tinha apenas um esmalte preto desbotado. Andava pelas ruas como um cão faminto e desgraçado. Um cão contaminado por uma doença que afligia todos os sentidos. Eu estava paralisada. A dor do desencontro me paralisou. A dor da traição me despertou a pior de todas as sensações. A sensação de que só a morte calaria profundo minha tristeza.

O olhar dela era prego crivado em minha mente. Um olhar que me atraía como um imã para a confusão. Um olhar que dizia verdades que eu jamais ouviria.

O que ela falava não me interessava. Interessava-me seu olhar, apenas seu olhar, um portal de verdades que dissolviam a dor que eu sentia. Verdades, ou mentiras brancas?

Eu a esperei. Por três dias perdi todo e qualquer resquício de amor próprio. Iludi-me como uma idiota, uma retardada com idade emocional de 6 anos. Enquanto a “roda da vida” girava, enquanto o mundo girava, eu estava em seu quarto. A minha roda estava parada. Enquanto as pessoas transitavam pelas calçadas e pela areia das praias eu me refugiava em um quarto escuro, em uma roda que não se movia. Eu estava presa a minha dor. Eu e a angústia, unidas como irmãs siamesas.

Pateta. Palhaça. Em busca de um verdadeiro amor.

O olhar era o único componente vivo do corpo dela. O seu olhar era o corpo vivo que incansavelmente repetia: O amor mata! O amor mata!
E tudo o que eu buscava era a leveza de um sorriso franco!


Meus pensamentos estavam embaralhados, um cartel de cartas confusas a pontuar minha dor viva. A felicidade é rara quando se está sofrendo!

Por quê se manter na roda, a roda que gira, quando tudo o que você precisa é um contato tátil com alguém que ama?

Por três dias fiquei em sua cama. Deitada, objeto imóvel. Fiquei em seu quarto, sentindo sua presença, sua presença invisível, remoendo a certeza de um encontro que não se realizou.
Completamente cega. O mito do amor romântico calou profundo em mim. Cega sou um cão faminto, bicho solto que anda pelas ruas com um olhar ferido.

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